ESG

Opinião de especialista: ESG não é sinônimo de sustentabilidade corporativa, compreenda a diferença

Imagem: Divulgação | Por Simone Horvatin, jornalista (MTB 0092611/SP) especializada nos setores ambientais e de energias, associada a BDFJ Bundesverband Deutscher Fachjournalisten e.V. (Federação de Jornalistas Técnicos da Alemanha).

Junho de 2025 – A distinção entre ESG (Environmental, Social, Governance) e Sustentabilidade Corporativa é fundamental, mas frequentemente negligenciada. O uso incorreto desses termos, especialmente a aplicação inadequada de “ESG“, gera confusão no mercado, compromete a credibilidade empresarial e pode configurar greenwashing. Compreender a diferença, intrinsecamente ligada à estrutura jurídica e às obrigações das empresas, é vital aos profissionais especialistas e de comunicação.

O conceito ESG

  • Origem e Foco: O ESG surgiu como um conjunto de critérios para investidores e analistas financeiros avaliarem riscos e oportunidades não financeiros antes de alocar capital.
  • Aplicação Principal: Destina-se essencialmente a empresas de capital aberto – aquelas cujas ações são negociadas em Bolsa de Valores (no Brasil, tipicamente Sociedades Anônimas – S.A. – listadas na B3).
  • Exigências: Essas empresas possuem acionistas e estão sujeitas a regulamentações específicas do mercado de capitais. Precisam demonstrar, de forma mensurável e transparente, seu desempenho ambiental (E), social (S) e de governança (G). Isso envolve:
    • Publicação regular (geralmente anual) de Relatórios de Sustentabilidade padronizados.
    • Passar por auditorias externas independentes para validar as informações reportadas.
    • Atender às exigências de transparência para acionistas e o mercado financeiro, pois o desempenho ESG impacta diretamente o valor das ações e a atração de investimentos.

O conceito de Sustentabilidade Corporativa

  • Aplicação Principal: Sustentabilidade Corporativa é o termo mais apropriado para descrever as iniciativas de empresas de capital fechado – aquelas cujas participações não são negociadas publicamente (exemplos comuns no Brasil incluem Sociedades Limitadas – Ltda. – ou mesmo S.A.s de capital fechado). No entanto, o termo pode ser adotado por qualquer tipo de organização, capital aberto ou fechado.
  • Natureza: Envolve Geralmente a adoção voluntária de boas práticas socioambientais. Embora possam se “inspirar” nos pilares ESG, essas empresas não possuem as mesmas obrigações formais perante o mercado financeiro que as de capital aberto, implicando que o termo ESG é inapropriado simplesmente não terem ações na Bolsa de valores e acionistas (stakeholders).
  • Características:
    • Não são legalmente obrigadas a publicar Relatórios de Sustentabilidade nos moldes exigidos para investidores de mercado aberto.
    • Não precisam submeter suas práticas a auditorias externas independentes com o mesmo rigor e finalidade do ESG voltado a investidores. Certificações não validam o uso do termo ESG (somente empresas de capital aberto, com ações na Bolsa de Valores e acionistas cabe o termo).
    • Podem desenvolver programas socioambientais e implementar melhorias ambientais, sociais e de governança legítimos (ex: redução de desperdícios, uso de energia renovável, compliance socioambiental na cadeia de fornecedores, etc.) conforme seus objetivos estratégicos, capacidade operacional e compromisso com seus clientes, colaboradores, comunidade, etc., mas não devem se apropriar do termo ESG para promover suas ações de sustentabilidade, porque seria um uso incorreto e indevido.

O risco do uso indevido pode parecer Greenwashing

  • Erro Conceitual: O principal equívoco ocorre quando empresas de capital fechado utilizam o termo “ESG” para promover suas ações de sustentabilidade. Isso é conceitualmente incorreto, pois desconsidera a origem e o propósito fundamental do ESG como ferramenta ligada ao mercado de capitais e investidores.
  • Configuração de Greenwashing: Ao usar a sigla ESG sem cumprir as rigorosas exigências de reporte, transparência e validação externa associadas a ela no contexto das empresas abertas, a organização pode criar uma percepção enganosa de conformidade e robustez, caracterizando greenwashing. Isso prejudica a imagem da empresa e desvaloriza seus esforços genuínos de sustentabilidade corporativa.
  • Contexto Brasileiro: A falta de uma regulamentação mais clara e fiscalização específica sobre o uso da terminologia no Brasil pode facilitar essa confusão e a prática do greenwashing.

Em suma, ESG e Sustentabilidade Corporativa são termos distintos com aplicações específicas.

  • idade. Isso é conceitualmente incorreto, ao desconsiderar a origem e o propósito fundamental do ESG como ferramenta ligada ao mercado de capitais e investidores.
  • Configuração de Greenwashing: Ao usar a sigla ESG sem cumprir as rigorosas exigências de reporte, transparência e validação externa associadas a ela no contexto das empresas abertas, a organização pode criar uma percepção enganosa de conformidade e robustez, caracterizando greenwashing. Isso prejudica a imagem da empresa e desvaloriza seus esforços genuínos de sustentabilidade corporativa.
  • Contexto Brasileiro: A falta de uma regulamentação mais clara e fiscalização específica sobre o uso da terminologia no Brasil pode facilitar essa confusão e a prática do greenwashing.

Em suma, ESG e Sustentabilidade Corporativa são termos distintos com aplicações específicas.

Sobre a autora

Simone Horvatin é jornalista brasileira (MTB 0092611/SP) e associada a BDFJ – Bundesverband Deutscher Fachjournalisten e.V. (Federação de Jornalistas Técnicos da Alemanha). Em 2016, criou a plataforma Ambiental Mercantil para fortalecer a troca de informações e conhecimentos sobre o meio ambiente e a sustentabilidade entre Alemanha e Brasil.

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