Por Gustavo Araujo, colunista de economia
Os números não mentem. Segundo dados recentes da Ambima e da Findos, divulgados em 2023, 67% dos brasileiros simplesmente não investem seu dinheiro. A cifra é alarmante, especialmente em um país onde a inflação ainda consome silenciosamente o poder de compra da população.
Entre os que investem, a modalidade preferida continua sendo a caderneta de poupança, com 25% de adesão — uma escolha que, embora tradicional, frequentemente perde para a inflação real. Mais surpreendente ainda é o dado de que 14% da população coloca seu dinheiro em apostas e jogos como o “tigrinho”, prática que cresce silenciosamente e revela a falta de educação financeira e o apelo por promessas de enriquecimento rápido.
Outras modalidades mais estruturadas, como títulos privados (5%), fundos de investimento (4%), criptomoedas (4%), ações (2%) e Tesouro Direto (2%), ainda têm participação tímida. Há também 3% da população que guarda o dinheiro em casa, literalmente debaixo do colchão.
Esses números revelam um desafio profundo: o Brasil ainda é um país que precisa investir mais em educação financeira básica. Se não ensinarmos o brasileiro a cuidar do seu próprio dinheiro, ele continuará vulnerável a ilusões e armadilhas que prejudicam não só seu futuro, mas também o desenvolvimento econômico do país como um todo.
Fica o alerta e o convite para que governo, setor privado e instituições de ensino se unam nessa missão de empoderar o cidadão com conhecimento. Afinal, quem não entende de dinheiro, acaba sendo controlado por ele.
Gustavo Araújo
Fundador do LIMEN e Head do PoupaBrasil investimentos
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