Notícias Saúde e Bem Estar

Como a nutrição pode auxiliar as pessoas que fazem uso de inibidores de apetite?

Maria Cristina Izar, presidente da SOCESP

A prevenção de massa magra e a promoção de hábitos de vida saudáveis estão entre os objetivos do nutricionista no trabalho com pacientes que fazem tratamento com os “agonistas do GLP-1. Os diversos papéis da nutrição no combate às doenças cardiovasculares e também em cuidados paliativos estão entre os temas do próximo Congresso da SOCESP, entre os dias 19 e 21 de junho, em São Paulo.

Os inibidores de apetite, classe de medicamentos para controle de diabetes e obesidade, chamados de “agonistas GLP-1”, agem reduzindo a glicemia ao promoverem a secreção de insulina e retardam o esvaziamento gástrico, diminuindo o apetite. Além disso, inibem a secreção do glucagon, hormônio produzido no pâncreas, que aumenta os níveis de açúcar no sangue. “A ação dos agonistas GLP-1 provoca uma reação em cadeia em prol do sistema cardiovascular: baixa a pressão arterial e melhora o perfil lipídico, além de atenuar a disfunção endotelial e potencializar a função ventricular esquerda naqueles com insuficiência cardíaca”, explica a cardiologista Maria Cristina Izar, presidente da SOCESP – Sociedade de Cardiologia do estado de São Paulo.

“Porém, ao induzirem a saciedade, a perda de peso poderá ser excessiva, levando à necessidade de aumento de ingestão calórica e (ou) ajustes na dosagem”, diz a nutricionista Valéria Machado, coordenadora geral do Departamento de Nutrição da SOCESP.

Durante o Congresso da SOCESP – dias 19, 20 e 21 de junho, no Transamerica Expo Center, em São Paulo – temas referentes ao uso correto dos agonistas GLP-1 serão abordados com a intenção de criar uma rede de informações convergentes, baseada em estudos científicos.

Para obter resultados positivos sem abalar a saúde, o tratamento com os inibidores deve ter acompanhamento multidisciplinar. “O endocrinologista gerencia o protocolo farmacológico e ajusta doses; o cardiologista mensura benefícios cardiovasculares e eventuais complicações e o nutricionista atua na educação nutricional, prevenindo a queda de massa magra e promovendo hábitos de vida saudáveis. Dessa forma o tratamento também pode ser um estímulo inicial para a reeducação alimentar e para obter mais qualidade de vida, ”enumera Valéria.