Players discutem soluções efetivas para desafios comuns e propostas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas
No dia 30 de maio, a Siciliano Group realizou um encontro estratégico voltado a profissionais e agentes da construção civil, visando discutir os próximos 10 anos do setor sob a ótica da sustentabilidade e inovação. O fórum “Rumo à COP30: O Futuro Verde da Construção Civil” reuniu engenheiros, arquitetos, fornecedores, técnicos e gestores para refletir sobre o papel da cadeia da construção na agenda ambiental e urbana do Brasil.Bruna Siciliano, CEO da Siciliano Group, mediou as apresentações que começaram com Edson Higo, CEO do Aya Hub, espaço que recebeu o evento, em São Paulo. A organização aglutina 130 membros, entre empresas multinacionais, nacionais, startups e sociedade civil – todos comprometidos com a aceleração da economia regenerativa e a descarbonização do Brasil. Em 2025, o Aya Hub é um dos patrocinadores oficiais da Jornada Aya COP30. “Essa é uma jornada que não é solitária. Tem que ser coletiva. A Aya une todos os parceiros em torno do mesmo propósito.”
Em sua exposição, o diretor técnico comercial da Viapol, Valporê Mariano, destacou casos de sucesso da empresa, como a substituição da malha de aço por macro fibra estrutural, o que gera redução de 23% nas emissões de gases de efeito estufa. “Eu gosto de falar de coragem moral. A coragem de fazermos o que é certo mesmo que ninguém esteja olhando. As pessoas não precisam estar vendo para que façamos o que é certo e esse é um dos principais valores da Viapol.” Mariano revelou ainda detalhes do relatório de sustentabilidade da empresa e citou compromissos sociais e ações assistenciais nas regiões onde atua.
Já a Porte Construtora exibiu seu planejamento para o Urman São Paulo, cujas obras estão em andamento na Avenida Alcântara Machado, entre as estações Belém e Tatuapé do Metrô. O Diretor de Engenharia, Antonio Ciampi, falou sobre a importância de incorporar a prioridade sustentável no planejamento urbano mais abrangente, considerando a população e as características da região. No caso da zona leste da cidade, a empresa colocou em marcha um projeto com torres residenciais e corporativas com praça de serviços integrada, evitando longos deslocamentos e elevando a qualidade de vida de quem pode morar e trabalhar na mesma área. “A ação sustentável começa pelo propósito da Porte de realmente mudar uma região e melhorar a vida das pessoas.”
Do diagnóstico à ação
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou em 2024 que o setor da construção civil gerou R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras ou serviços. No ano passado, o segmento apresentou crescimento de 4,1%, impulsionado pelo aumento dos lançamentos e pela retomada da atividade econômica após a pandemia. Nos primeiros dez meses de 2024, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) financiou R$ 107,3 bilhões, um crescimento de 37,8% em relação ao mesmo período de 2023. Dada a importância da atividade para a economia brasileira, o evento promoveu debates sobre soluções comuns. No primeiro painel, Renato Giro, diretor na Primer Engenharia, destacou a singularidade de cada obra e os estudos profundos necessários para aplicar a sustentabilidade da forma mais abrangente possível em cada cenário. “Por incrível que pareça, os meus funcionários hoje já chegam com essa mentalidade de reduzir uso de água, de reutilizar. Eu não preciso falar. Está mudando a consciência. Não é só pelo valor monetário. É pela consciência do uso dos recursos naturais.” Ciampi concorda e acrescenta que a Porte está sempre preocupada com o consumo geral do empreendimento. “A nossa preocupação também é no pós-operação e não só na entrega da obra. A gente contrata empresas renomadas no mercado para otimizar projeto, sistemas construtivos, reduzir consumo e desperdício.”
Para Tais Alencar, Diretora Técnica Geral da TA Diagnóstica, é possível perceber como a região sudeste vem crescendo em termos de urbanismo integrado, sustentabilidade e inovação. “No nordeste, de maneira geral, estamos atrás. Ainda existe uma resistência de fato muito grande, não por falta de capacidade técnica. Desde que tenhamos investimentos com essa mentalidade e iniciativas públicas, acredito que a região pode deixar de ser uma expectativa para ser uma grande potência.”
Já na segunda rodada de debates, Thais Scharfenberg, especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU e estratégias de ESG para o setor público e privado, acredita que, quando se fala de desenvolvimento sustentável, paira no imaginário coletivo o aspecto ecológico. Mas devemos enxergar a questão de maneira mais ampla. “Precisamos atender nossas necessidades de hoje pensando nas gerações futuras, unindo proteção ao meio ambiente, justiça social e crescimento econômico. É realmente um desafio. Os ODSs trazem robustez pras estratégias de sustentabilidade das empresas.”
“Como a gente pode começar?” – pergunta a consultora de sustentabilidade Deborah Ducy. Para a profissional, o primeiro passo é entender a materialidade da empresa. Para isso, ela recomenda o Caderno 3 da GRI, que explica a jornada para identificar seus temas e ajudar a perceber como a empresa se posiciona e qual é seu potencial de impacto. “Assim, iniciamos o letramento da equipe, para que todos entendam a importância de certas atividades. Um dado numa planilha não traz mudanças. É preciso fazer o acompanhamento e ajustes nos processos para diminuir o impacto negativo das atividades da empresa.”
SERVIÇO:
Confira a íntegra do evento no canal do Aya Earth Partners, no YouTube:
https://www.youtube.com/live/jOlri_n4pbI
Acompanhe a entrevista com a CEO da Siciliano Group, Bruna Siciliano, no canal do Le Sampa no YouTube:
https://www.youtube.com/watch?v=o2OLWC8304I&feature=youtu.be
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